Meu Gugu






Mais um história real da minha vida, ou melhor, mais uma vitória pra a minha coleção!

No dia 19 de maio 2011 fui chamada na escola porque o Gugu (meu filho amado de 5 anos) estava com dificuldade de andar, ou melhor, de pisar no chão. Liguei para o Marcelo e fomos até a escola.

Olhamos a perna dele e tivemos uma impressão que sua panturrilha estava inchada, e havia algumas manchas roxas nos pés. Fomos até a Clínica de Fratura para fazer alguns Raio-X. O médico disse que devia ser apenas alguma batida.

Com o resultado de tudo “OK” fomos para casa.

O Gugu se queixava de dor, e já não conseguia pisar no chão. Ao tirar a roupa dele para dar um banho, percebemos que os roxos estavam nas pernas, no punho e nos pés, além dos inchaços.

Voltamos no mesmo momento a Clínica, e fizemos mais Raio-X, e o médico disse que não era nada, que provável que ele tivesse caído na escola e por isso os inchaços.

Depois que pegamos os novos resultados, fomos à escola do Gugu para investigar, mas as professoras não sabiam o que poderia ter acontecido.

Sem respostas voltamos pra casa, e com atestado de 2 dias.

No dia 20, o Gugu sentiu dores fortes no abdômen, e tava todo chorão, longe do seu estado normal. Nesta noite, o Marcelo foi até a faculdade com ele para me buscar, e devido as dores, fomos até o Pequeno Príncipe. Eqto esperávamos pelo atendimento, percebemos um caroço muito grande na panturrilha, ao olhar as pernas, vimos várias pintas vermelhas até o joelho, quando tiramos o tênis dele, seus pés estavam com o dobro do tamanho.

Foi aí que começou nosso pesadelo. A médica de plantão não sabia do que se tratava, e pediu que voltássemos no outro dia para fazer exames de sangue. Insistimos que não sairíamos dali sem resposta. Fomos encaminhados com urgência para os exames, e fomos colocados numa espécie de salinha/quarto individual.

Tiraram sangue dele, ele já estava bem fraco com sono e foi horrível tirar sangue dele. E em seguida, colocaram-no com acesso suspenso, e lá vai mais uma picada. Em seguida ainda, tivemos que levá-lo a mais exames e Raio-X, e foi horrível, porque o lugar para este exame era longe, passava por 2 elevadores, corredores e o Marcelo teve que carregá-la no colo, e uma enfermeira levava o acesso.

Depois que voltamos destes exames, entraram duas médicas, e em sinais uma para outra percebi que a notícia não era boa.

Foi quando que com muita delicadeza, elas nos informaram que havia uma hipótese de meningite e que para descartar era necessário fazer a pulsão lombar.

Nem o Gugu, e nem nós, nunca, jamais esqueceremos aquele momento de terror .

Nós ficamos fora, pedimos para ficar fora do hospital, já eram umas 01:30h e havia um silêncio nas ruas e a probabilidade de ouvir os gritos dele seria muito grande, e então fomos até a rua e pedimos para ser chamados quando este horror acabasse.

O Marcelo saiu antes da sala, porque estava chorando, e eu consegui olhara para o meu Gugu e explicar que eu estava saindo porque eles precisavam fazer um exame, mas que eu estar ali fora esperando para entrar quando acabasse. O Gugu só dizia chorando “injeção não mamãe, por favor”. Eu não sei quanto tempo durou, para nós foram minutos intermináveis.

Logo que entramos, o Gugu tremia de tanto chorar, eu só o abracei e dizia o quanto eu o amava. E ele falava “mamãe eles me deram abraço de urso, e eu não gostei, dói, mas dói demais mamãe”.

Tínhamos que esperar o resultado, que levaria 1h e meia. Neste período, o Gugu dormiu de tanto cansaço. E eu e o Marcelo ficamos no quarto escuro com ele.

Foi o nosso pior momento. Eu percebi que a coisa mais importante da minha vida era a saúde do meu filho, nem emprego importava naquele momento, e tantas outras coisas. Eu ficava sonhando em vê-lo pulando novamente, a dor é inexplicável, passavam milhões de coisas por nossa cabeça.

Quando finalmente chegou o resultado, a notícia era boa!!! Felizmente ele não estava com meningite.

Mas tínhamos que descobrir o que ele tinha, então internamos no hospital na madrugada às 04h no dia 21/05/2011.

Pela manhã, entrou um médico que nos informou que o caso do Gugu seria passado para uma reumatologista pediátrica, Dra Bandeira. Teríamos que aguardar sua chegada.

Todo este processo, faz com que a gente dê passos no escuro, porque ninguém sabia dizer o que ele tinha.

Quando finalmente chegou a Dra Bandeira, assim que ele olhou nas pernas dele ela disse; É PURPURA HENÖCH-SCHÖNLEIN” ou púrpura reumatóide, e ainda estava também com artrite.


Ela explicou a doença, e soubemos que seriam longas 6 semanas. Mas no hospital ficamos 3 dias. E o restante do tempo seria em casa.

Os dias 3 dias que ficamos no hospital, o Gugu se comportou muito bem, as primeiras 24horas, com os pés inchados, ele não saiu da cama, ficou com acesso o tempo todo. E o tempo todo ele estava sendo picado, sempre um exame a mais para fazer, além dos exames de urina que tínhamos que ficar colhendo.

Fora momentos que acabamos conhecendo a rotina triste de um hospital infantil, muitas histórias tristes e choros de crianças com muita dor. No 2º dia, o Gugu já conseguia pisar no chão, bem devagar, e conseguiu sair do quarto para brincar na ala de lazer interno. Ele brincava com o acesso junto a ele, e era uma cena triste.

No sábado a noite, decidiram tirar o acesso do soro suspenso, deixando apenas o acesso no braço para futuras medicações, porque evitaria dele ser picado o tempo todo.

Ele aproveitou a “liberdade” e correu, pulo, brincou, e no domingo descobrimos que esta euforia fez com que o caninho interno da veia dobrasse.

Na última dose do corticóide, onde eles voltavam a colocar o suspenso, para medicar, aconteceu que o remédio não entrava na veia. Este remédio que ele estava tomando pela veia há 3 dias, levava 10 minutos.

Foram 1 hora e meia com o Gustavo gritando de dor, porque as enfermeiras estavam tentando desentortar o cano, para evitar uma nova picada para o acesso, que seria no pescoço.

Elas injetavam soro direto no acesso do braço, aquilo entrava direto na veia gelada e com pressão, e a veia do pescoço do Gustavo saltava de tanto que ele gritava de dor. Até que Deus mandou uma enfermeira com uns 50 anos de experiência, seu crachá era amarelado e bem velho. Esta enfermeira entrou no quarto porque ouviu os gritos do Gugu.

E sua experiência fez com que ela conseguisse desentortar o cano e fazer o remédio passar para o sangue.

Se elas não conseguissem, elas teriam que fazer um novo acesso pela cabeça ou pescoço. No último dia e na última dose! Mas graças a Deus não foi necessário!

Na parte da tarde fomos para casa, o Gugu iria remediado, com várias orientações para as próximas 6 semanas!

Na segunda-feira, no primeiro dia em casa, vimos que o seu braço inchou, na região do cotovelo, e o seu testículo começou inchar, e com o passar das horas, ele dobrou de tamanho, dificultando que ele andasse.

O médico nos informou que isto fazia parte do quadro da doença, mas a bactéria reagiu muito forte sem as primeiras horas sem corticóide. Com isto, foi dado uma dose alta para atacar estes inchaços e nas semanas que seguiram ele teve que dar continuidade nos remédios, fazendo com ele engordasse 3 kg.

Na quarta-feira seria a nossa primeira consulta com o médico especialista que iria acompanhar o caso do Gugu. Como sempre Deus está no comando, Ele preparou um ótimo médico reumatologista pediátrico. Só em falar em médico o Gugu não passou bem, ficou tão nervoso que na volta do médico ele vomitou, o que nos deixou muito preocupado, porque ele chorava de dor e dor e não sabíamos onde.

Quando ligamos para o médico, ele pediu para observar por mais 1 hora se ele insistisse teríamos que voltar ao Pequeno Príncipe, ali nosso chão caiu novamente.

Mas graças a Deus, tudo se acalmou e percebemos que o Gugu ficou alterado devido ao susto que ele havia passado no hospital.

Em todo este período, o carinho das pessoas que aparecem de todos os lados PE incrível, são como forças que achamos que não temos, mas cada palavra incentivadora nos dava ânimo.

As semanas se passaram, e o susto foi ficando pra trás.

Quando olhamos para traz só conseguimos ver uma luta que foi superada porque Deus esteve conosco em todos os momentos. Este é o post mais difícil que tive que escrever, doeu tudo de novo, mas está aqui registrado para a glória do meu grande Paizinho!

Muitas coisas que pensamos que eram valiosas, percebemos que não tem valor sem a saúde das pessoas que mais amamos.

No dia 13/07/2011 ele completou 5 anos, e mereceu uma festa linda com todas as pessoas que se envolveu em nossa história.

Coisas são apenas coisas. O meu post de Valor X Preço tem mais valor ainda!

Filhos são nosso verdadeiro tesouro, e a família é o maior bem que um homem pode ter!

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