Logo que a Karin foi pra casa (esta história vc lê no post abaixo) eu estava fazendo alguns exames para fazer uma dieta sadia. Para a minha surpresa meu resultado de sangue não foi muito legal. Para ter certeza, o médico pediu para repetir o exame. Repeti e então o médico olhou, e tentando me acalmar disse: "Vc está com os glóbulos alterados (leiga que sou, fiquei olhando com cara de planta pra ele) e vou te encaminhar para um médico, colega meu para vc se tratar, mas não se preocupe e fique calma" (já era tio, nestas horas, minha cabeça já tava rodando)
Todo este período, durou 7 dias, foram eternos. E durante estes dias, eu fui pesquisar na internet, e descobri que o resultado significava "Depressão na medula". Só o nome medula já não agrada muito.
Liguei para o médico indicado, e descobri que era no Instituto do Câncer.
Bem, aí minha ficha caiu e o chão também, pela primeira vez eu realmente tive a sensação real do que era "perder o chão". É como se algo paralizasse sua vida num segundo. A cabeça gira, os pensamentos se confundem, e a única que vc pensa é: fiz tudo que queria? meu marido? família? demonstrei amor o suficiente aos meus filhos?
Não vou negar, a morte veio direto na minha cabeça como flecha. Seta do inimigo?
Talvez...porque eu pensei: "e se for a vontade de Deus?" "Quantas pessoas jovens morrem?"
"Porque eu poderia estar de fora?" Não acontece só com os outros, pode sim acontecer com vc tb!
Também pensei que tudo aquilo poderia ser para Deus me usar, de alguma forma, e que logo descobriria.
Levou 5 dias intermináveis para eu me consultar. No dia eu estava muito nervosa, o lugar é horrível, muitas pessoas fazendo quimioterapia, como uma fábrica, pessoas aguardando, e outras saindo o tempo todo. No lugar de balas na recepção para agradar as pessoas, haviam bilhetinhos coloridos com palavras de incentivo. O ambiente é deprimente.
Na sala de espera, olhando aquela movimentação, pensei "há um mundo que desconheço" porque aquilo ali era a vida e rotina de muitas pessoas, aqle lugar é o lugar onde elas tem que se "abastecer" para viver! Enquanto eu trabalho para ter uma vida agradável, e dar o melhor para os meus filhos, para levá-los ao Mc Donald, muitas vidas tem que lutar para continuar vivas!
Jesus! (sim, podemos tirar ensinos de muitas coisas, basta pararmos um segundo para prestarmos atenção em nossa volta)
Ao ser atendida, a Dra Alessandra (uma pessoa adorável) já sabendo que estávamos assustados, explicou o que poderia ser, e que eu teria que fazer mais exames, porque a investigação seria mais intensa e completa, e que se os resultados se confirmassem, eu poderia ter que fazer a punção da medula (tirar o sangue da bacia) era o que eu mais tinha medo.
Eu passei muitas noites chorando, mas graças a Deus, o meu "mor" sempre comigo, me levantando.
"Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro;" Ecles 4:10a
Ok, agora era um momento de escolha: Ou eu me entregava ao desespero, ou a esperança em Deus.
Comecei a crer que se eu tivesse doente, Deus poderia reverter esta situação.
Os problemas do dia-a-dia nos fazem crescer como pessoa, logo projetamos a solução e corremos atrás para resolver.
Mas quando este problema, é num lugar que vc não tem controle, aí vem uma sensação de impotência. A única coisa que te sustenta é :
"Isaías 41:10 - Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça."
Era hora de viver tudo que eu havia aprendido na teoria: a Bíblia!!
Neste momento, eu conheci uma música da Nívea Soares, chamada Rio, a letra desta música me invadiu, eu permiti que o Rio de Deus fluísse dentro de mim, e eu acreditei muito que poderia ser curada, seja lá do que fosse.
Eu tomei posse e EU PERMITIRIA QUE OS OUTROS VERIAM A GLÓRIA DE DEUS SE MANIFESTAR ATRAVÉS DA MINHA VIDA. (palavras do Pr Rina - Bola de Neve)
Fiz todos os exames, levei novamente, e como uma criança com os olhos estalados, eu olhava para ela. Ela olhou os exames, olhou pra mim, olhou para os exames...(ai q ansiedade) e ela disse: "Bem, tudo voltou ao normal, o q eu posso dizer? Se tinha algo, foi passageiro e foi embora!"
Saímos de lá muito felizes,no estacionamento eu gritei "Obrigado Senhor!!! Eu não tenho nada!"
É assim: Estar na vontade Deus e pedir para Deus usar sua vida para alcançar as outras vidas, pode haver um preço. Estamos preparados?
Melhor do que conhecer Deus, é vivê-lO!!!!!





Apesar de gostar muito de escrever, e de ler, não tenho muito habilidade de sair falando do amos de Deus, se podemos chamar assim, de habilidade. Coisa, que para o meu amor é um dom e ele tira de letra.
Bem, com o passar dos anos, acredito que Deus sempre viu esta minha preocupação, e com amor me ensinou que melhor do que falar, seria VIVER! Minha vida poderia ser o maior testemunho vivo para as pessoas. Sem precisar usar palavras. (Jonh Wesley falava isso tb)
Para ter histórias reais vivenciadas, vc tem que passar por elas, e isto é um preço.
(Será que estamos prontos a passar pelas provações para que a glória de Deus se manifeste atravéz desta situação?)
Em dezembro, soube que uma amiga de uma amiga estava enferma, e a cada dia piorava. Deus tocou no meu coração que eu deveria ir até ela. Tocar não foi o suficiente, a coisa começou a queimar, e a queimar, então entendi que isto seria como uma missão, e um dever de ir até ela.
Como foi difícil, ela sempre estava na UTI, e lá eu não poderia entrar pq a mãe dela perdia a vez, a cada minuto era precioso, foram muitas noites de sustos, os médicos chegaram a chamar a família para se despedir dela. (este período durou 40 dias)
Com medo que pudesse ser tarde demais, num sábado tomei a decisão de ir até o hospital, mesmo que não pudesse entrar, mas tentaria chegar o mais próximo dela. Neste mesmo dia fui avisada que ela talvez não pudesse receber visitas, pq bem no horário da visita, ela estaria fazendo hemodialise.
Mas eu tentaria. Então fomos, eu e o meu marido. Com uma bíblia na mão, a recepcionista nos deixou entrar, porque seria uma visita pastoral.
Ao entrar no quarto, encontrei a Karin, ligada ao aparelho, amarelada e com muitas manchas roxas, pesando uns 40 kg. Uma aparência de sofrimento, de dor, de tristeza e de sem esperança.
Sem explicar como, senti que nada iria me impedir de fazer com que ela conhecesse a Deus.
Só nós sabemos o que aconteceu naquele quarto, experiência maravilhosa do que Deus fez naquela tarde. Foi tão simples, abrimos nossa boca apenas para dizer o quanto ela era amada, e que Deus não havia esquecido dela.
A Karin abriu seu coração, seus olhos e sua mente e permitiu e escolheu que Deus mudasse sua história. E foi o que aconteceu, ela tomou posse de todas as palavras de benção e logo começou a reagir.
Ela permaneceu mais duas semanas, porque os médicos disseram que não sabiam o que havia acontecido, mas a hemorragia interna dela estava parando. E por fim eles falaram para a sua mãe "devem ter orado muito por sua filha, não sabemos o que houve, mas ela irá pra casa".
A história não termina, é uma busca diária, e minhas orações e cuidados por ela devem ser diários.
Não sei pregar para as pessoas, mas aprendi que passar minhas experiências com Deus para os outros, faz com que as pessoas entendam que Deus nos ama incondicionalmente!